segunda-feira, 21 de março de 2011

CONCURSO CULTURAL PARA SURDOS: ILUSTRADORES E TRADUTORES

Java, a gata que entende Libras


O nome da gata é Java. Branca e preta, pequena e ágil, ela faz a alegria de Duda e de seus pais, Ana e Paulo, e do irmão mais novo, Lucas.

Além de brincalhona, sapeca e dorminhoca, Java não é como os outros gatos em tudo: ela entende Libras!

Pois é…na família de Duda todos são surdos e a Libras é a língua mais falada na casa.

Podem acreditar, Java entende direitinho quando a chamam para comer, para entrar na casa ou até quando zangam com ela!

Veja algumas frases que Java entende:

“Bom dia, tudo bem?”

“Vamos comer agora?”

“Já está tarde. Venha para dentro.”

“Que bagunça! Agora chega!”

Que tal você ensinar seu animal de estimação a entender a Libras? Não seria legal?




Nota: Texto de autoria de Clélia Regina Ramos, exclusivamente criado para o CONCURSO CULTURAL PARA SURDOS: ILUSTRADORES e TRADUTORES DE PORTUGUÊS / LIBRAS de 18/03/2011 a 15/04/2011

ILUSTRAÇÃO : REGULAMENTO | INSCRIÇÃO

TRADUÇÃO : REGULAMENTO | INSCRIÇÃO

http://editora-arara-azul.com.br/novoeaa/concurso-cultural-para-surdos-ilustradores-e-tradutores-de-portugues-libras-18032011-a-15042011/


A  Editora ARARA AZUL lança CONCURSO CULTURAL PARA SURDOS: ILUSTRADORES e TRADUTORES DE PORTUGUÊS / LIBRAS, de 18/03/2011 a 15/04/2011.

A partir do texto Java: a gata que entende Libras, a pessoa surda ou deficiente auditiva, que desejar participar deste CONCURSO, deverá fazer sua inscrição, até o dia 15/04/2011, e enviar paraconcurso@editora-arara-azul.com.br, juntamente com seu trabalho:

• Trabalho de Ilustração: Uma única página, no formato A4 – horizontal (paisagem), arquivo JPEG, resolução mínima de 300dpi, em cores.
ou
• Trabalho de Tradução: Um único vídeo, com duração máxima de 120 (cento e vinte) segundos, seguindo-se os padrões de vídeo do site do You Tube.

Este CONCURSO é destinado somente para participantes surdos, com qualquer grau de surdez.

O RESULTADO deste Concurso será divulgado no dia 29/04/2011.

O PRÊMIO será a divulgação da ILUSTRAÇÃO e do VÍDEO COM A TRADUÇÃO através de Boletim ARARA AZUL e posterior inserção no site da Editora ARARA AZUL por 12 meses.

Seguindo a EAA, através do FACEBOOK, será possível obter mais informações sobre esse CONCURSO.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Livro

Surdo Mundo


DEAF SENTENCE


Tradução de Guilherme da Silva Braga

“Uma narrativa muito bem-humorada, à qual Lodge acrescenta camadas instrutivas e fascinantes… O trunfo do livro é colorir tudo isso com uma atraente vitalidade, tanto graças à verve espirituosa da prosa de Lodge quanto à sua arguta observação do mundo ao redor.” The Sunday Times
“Provavelmente nenhum outro trabalho de ficção (e possivelmente nenhum relato médico) descreveu tão bem a multiplicidade de confusões, frustrações e estratagemas sociais a que a surdez dá origem.” Times Literary Suplement
“Extremamente bom de ler… Uma das coisas mais enternecedoras que li em muito tempo… Um golpe de escrita perfeito.” Spectator
“Brilhante e adorável… inacreditavelmente engraçado e enternecedor.” Literary Review
“[David Lodge é] um daqueles escritores que você pode passar o dia inteiro lendo e encontrar algo divertido ou elegante em toda e qualquer página.”Washington Post

Leia um trecho
David Lodge

Surdo Mundo

Tradução de GUILHERME DA SILVA BRAGA


O HOMEM ALTO, grisalho e de óculos em pé junto à aglomeração no salão principal da galeria, inclinado em direção à jovem de blusa de seda vermelha, com a cabeça baixa e apontada para longe do rosto dela, acenando a cabeça com ares de sábio e emitindo murmúrios fáticos de vez em quando não é, como talvez pudesse parecer, um padre de folga persuadido a ouvir uma confissão durante a festa nem um psiquiatra constrangido a oferecer uma consulta grátis; nem tampouco adotou essa postura para espiar pelo decote da blusa dela, embora essa fosse uma vantagem fortuita da situação, e na verdade a única. O motivo para a postura dele é que o salão está repleto de barulhos, de um burburinho que reverbera na superfície do teto, das paredes e do piso, e rodopia ao redor da cabeça dos convidados, levando-os a gritar ainda mais alto para que sejam ouvidos. Esse fenômeno é conhecido pelos linguistas como o efeito Lombard, descrito por Etienne Lombard, que no início do século XX descobriu que os falantes aumentam o esforço vocal na presença de ruído ambiente a fim de resistir às interferências em suas mensagens. Quando muitos falantes são afetados ao mesmo tempo pelo efeito Lombard, eles mesmos passam a ser a causa do ruído, e assim o efeito tem a intensidade aumentada de maneira exponencial. O homem quase enfia o nariz entre os seios da mulher com a blusa vermelha ao levar a orelha direita para junto dos lábios dela, pois há algum tempo o barulho atingiu um nível que o impossibilita de entender mais do que uma ou outra palavra do que ela diz. “Lado” parece ser uma palavra recorrente – ou seria “dado”? E seria “perdido na rua” ou “pedido de ajuda”? Como você pode ver, ele é “duro de ouvido”, ou, dito de maneira simples, surdo – não completamente surdo, mas surdo o bastante para tornar a comunicação difícil em muitas ocasiões sociais e impossíveis em outras, como esta.
Ele usa um “aparelho auditivo”, um dispositivo digital e caro, com pequenos componentes em plástico bege que se encaixam nas duas orelhas como filhotes de caracol em suas conchas, que conta com um programa para abafar os ruídos de fundo, embora também abafe os sons em primeiro plano, e a um certo nível de decibéis os ruídos de fundo se tornam muito mais altos do que os sons em primeiro plano, como agora. Pouco ajuda que a mulher pareça ser imune ao efeito Lombard. Em vez de elevar a frequência e o volume da voz, como todo mundo no salão, ela segue falando na altura conveniente a uma conversa em uma sala de estar silenciosa ou a um tête-à-tête em uma casa de chá com poucos clientes. Eles estão falando, ou melhor, ela está falando há uns dez minutos, e por mais que tente ele não consegue identificar o assunto da conversa. Talvez a arte exposta nas paredes – fotografias coloridas e ampliadas da devastação urbana e de lixões? Ele acha que não, ela não olha nem aponta para as fotos, e a entonação da fala, que ele percebe com muita dificuldade, não segue o padrão declarativo típico do jargão artístico, ou do besteirol artístico, como ele às vezes diz para provocar a esposa. O tom parece ser mais pessoal, anedótico e confidencial. Ele observa o rosto da mulher em busca de pistas. Ela o encara com seus olhos azuis e para de falar, como se esperasse uma resposta. “Entendo”, diz ele, ajustando o rosto de modo a parecer contemplativo e solidário, na esperança de que uma das expressões seja adequada, ou ao menos que não nenhuma delas seja grotescamente inadequada ao que ela esteve dizendo. Seja como for, ela parece dar-se por satisfeita e recomeça a falar. Ele não retoma a postura anterior: não faz sentido captar a fala dela com o aparelho auditivo direito enquanto o zunzum da festa entra pelo esquerdo, e se tentasse cobrir o ouvido esquerdo com a mão ele só conseguiria um zunido de microfonia, bem como uma postura um tanto excêntrica. O que fazer então? O que dizer quando ela fizer mais uma pausa? É tarde demais para dizer “Desculpe, mas não entendi uma palavra do que você disse nos últimos dez minutos” (a essas alturas já deviam ser quinze). “Eu sou surdo, sabe... não consigo ouvir nada nessa barulheira!” Ela perguntaria, com razão, por que ele não a avisara antes, por que a deixara falar, acenando a cabeça e murmurando como se a entendesse. Ela ficaria irritada, constrangida, ofendida, e ele não quer parecer grosseiro. Para começar, ela podia ser uma das clientes de sua esposa, e além do mais era uma pessoa agradável, uma jovem perto dos trinta anos com olhos azuis, pele lisa e clara, cabelos loiros repartidos ao meio e cortados reto, dona de uma bela silhueta – pela fresta ensombrecida entre os seios dela, que mal aparecia pela abertura do decote desabotoado, ele percebia que não haviam sido aumen tados artificialmente pelo silicone, nem empinados e empurrados para frente com arame, mas têm a plasticidade trêmula da pele real e solta, com aquela transparência superficial que lembra a porcelana de boa qualidade – e ele não quer causar má impressão a uma jovem atraente que se deu o trabalho de conversar com um velho caquético como ele, mesmo que as chances de um encontro como este voltar a ocorrer fossem mínimas.
Mais uma vez ela interrompe o monólogo e olha para ele com a expressão de quem espera alguma coisa. “Que interessante”, ele diz. “Muito inte ressante mesmo.” Tentando ganhar tempo para ver se a tática funcionou, ele leva a taça de vinho aos lábios, apenas para descobrir que ela está vazia e que ele precisa empiná-la em uma posição quase vertical e segurá-la assim por alguns segundos até que a borra do Chardonnay chileno escorra por sua garganta. A jovem observa-o, cheia de curiosidade, como se achasse que ele vai fazer algum truque – equilibrar a taça no nariz, por exemplo. O copo dela ainda está quase cheio, pois ela não tomou um gole sequer desde que começou a falar, e assim ele não pode perguntar se ela aceita mais uma taça, enquanto ir sozinho até o bar ou propor que ela o acompanhe no trajeto parecem opções um tanto deselegantes. Por sorte ela parece apreciar o suplício dele – não o suplício real, a total ignorância a respeito do que ela esteve dizendo, mas a necessidade de mais bebida – e, sorrindo, diz alguma coisa com um gesto em direção à taça vazia, que ele interpreta com uma boa margem de segurança como sendo um sinal de que deve ir ao bar pegar mais vinho. “Acho que é uma boa ideia”, diz ele. “Você também quer mais?” Que pergunta idiota – o que ela faria com duas taças de vinho branco, uma em cada mão? E ela obviamente não é o tipo de pessoa que se dispõe a entornar um copo enquanto alguém lhe traz outro. Mas ela sorri outra vez (um sorriso bonito, que revela uma fileira de dentes pequenos, brancos e simétricos), recusa com um meneio de cabeça e, para desespero dele, faz uma pergunta. Ele sabe que é uma pergunta por causa da entonação ascendente e da maneira quase imperceptível como ela abre os olhos um pouco mais e arqueia as sobrancelhas, e sem dúvida é preciso dar uma resposta. “Claro”, arrisca ele; e como ela parece satisfeita ele acrescenta, cheio de con vicção: “Com certeza”. Ela faz mais uma pergunta, à qual ele responde com outra afirmativa, e então, para sua grande surpresa, estende a mão. Sem dúvida ela está indo embora da festa. “Foi um prazer”, diz ele enquanto aperta a mão dela. A pele é fria e levemente úmida ao toque. “Como é mesmo o seu nome? Eu não entendi direito com todo esse barulho.” Ela repete, mas não adianta: o primeiro nome soa meio como “látex”, o que é impossível, e o sobrenome é completamente indecifrável, mas ele não pode pedir que ela repita outra vez. “Ah”, diz ele, acenando com a cabeça, como se estivesse feliz por ter entendido. “Obrigado pela companhia, a conversa estava ótima.”
“Quem era aquela moça loira que estava conversando com você?”, Fred me perguntou a caminho de casa. Ela estava dirigindo porque tinha bebido pouco, enquanto eu tinha bebido um bocado.
“Não faço a menor ideia”, respondi. “Ela me disse o nome dela, duas vezes até, mas eu não consegui entender. Não entendi uma palavra do que ela disse. O barulho...”
“É por causa do cimento – faz o som reverberar.”
“Achei que ela pudesse ser cliente sua.”
“Não, eu nunca vi ela antes. O que você achou da exposição?”
“Chata. Insossa. Qualquer um com uma câmera digital pode tirar fotos idênticas. Mas para quê?”
“Eu achei interessante aquele desalento...”
Essa é uma versão resumida da nossa conversa, que na verdade foi mais ou menos assim:
“Quem era aquela moça que estava conversando com você?”
“Quê?”
“Você estava conversando com uma moça loira.”
“Eu não vi Moira. Ela estava lá?”
“Não, Moira não. A moça loira que estava falando com você, quem era?”
“Ah. Não faço a menor ideia. Ela me disse o nome dela, duas vezes até, mas eu não consegui entender. Não entendi uma palavra do que ela disse. O barulho...”
“É por causa do cimento.”
“Por mim não precisa de aquecimento algum, você sabe que eu estou sempre morrendo de calor.”
“Não, eu disse cimento. Nas paredes, no chão. Faz o som reverberar.”
“Ah...”
(Pausa.)
“O que você achou da exposição?”
“Achei que ela pudesse ser cliente sua.”
“Quem?”
“A moça loira.”
“Ah. Não, eu nunca vi ela antes. O que você achou da exposição?”
“O quê?”
“A exposição – o que você achou?”
“Chata, insossa. Qualquer um com uma câmera digital pode tirar fotos idênticas.”
“Eu achei interessante aquele desalento...”
“O que tem de interessante em alguém sem talento?”
“Desalento, eu achei interessante o desalento. Você está usando o aparelho auditivo, querido?”
“Claro.”
“Parece que ele não está funcionando muito bem.”
Ela tinha toda a razão. Bati com a ponta da unha no aparelho auditivo direito e só escutei um barulho abafado. A pilha havia acabado sem que eu percebesse. Eu não sabia direito a que altura da festa. Talvez por isso eu não tivesse entendido nada do que a moça loira me disse, mas eu acho que não. Acho que a pilha deve ter acabado quando eu fui ao banheiro, depois que ela foi embora. Lá dentro estava quieto e eu não teria notado a perda de volume, ou então eu a teria atribuído ao relativo silêncio do banheiro quando comparado à cacofonia no salão, e ao voltar para a festa nem ao menos tentei conversar – fiquei apenas fingindo estar interessado nas fotografias, que na verdade não tinham nada de interessante, com desalento, sem talento ou por qualquer outro motivo, e eram apenas banais.
“A pilha acabou”, eu disse. “Será que tento trocar agora? No escuro é meio complicado.”
“Não, não precisa”, respondeu Fred, como ela tem feito nos últimos tempos. Ela entra no meu escritório, digamos, enquanto estou trabalhando no computador, sem o aparelho auditivo porque ele transforma o murmúrio tranquilizador do teclado em um estardalhaço invasivo alto como um velho piano de parede Remington, diz alguma coisa que eu não escuto e então eu preciso decidir em uma fração de segundo se paro a conversa enquanto procuro e coloco o aparelho auditivo ou se tento dar um jeito sem ele, e em geral eu decido dar um jeito, e logo começa um diálogo mais ou menos assim:
Fred: Bu bu bu.
Eu: O quê?
Fred: Bu bu bu.
Eu (tentando ganhar tempo): Aham.
Fred: Bu bu bu.
Eu (tentando adivinhar o que ela disse): Tudo bem.
Fred (surpresa): O quê?
Eu: O que você disse?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Programas e materiais que ajudam na inclusão de surdos

Conheça as políticas públicas existentes e as respostas para as dúvidas mais comuns sobre a inclusão de alunos com deficiência auditiva no ensino regular

A inclusão de alunos com deficiência auditiva no ensino regular é um assunto que divide opiniões. Enquanto alguns especialistas defendem a matrícula desses estudantes em escolas exclusivamente especializadas até o final do Ensino Fundamental - para que sejam plenamente alfabetizados em Libras e em Língua Portuguesa -, outros afirmam que esses alunos devem estar matriculados em turmas de escolas regulares, junto dos ouvintes.
O fato é que o número de pessoas surdas matriculadas nas escolas regulares não para de crescer. Segundo os dados do Censo Escolar de 2009, mais de 40 mil alunos com algum tipo de deficiência auditiva - surdez total, perda parcial da audição ou surdocegueira - estão nas classes regulares de Educação Infantil, Ensino Fundamental e EJA, o que representa 65% dos estudantes com deficiência auditiva do país. E é preciso encontrar meios eficazes para incluir esses alunos e garantir a aprendizagem em todos os segmentos.
O Decreto Federal nº 5626, de 22 de dezembro de 2005, estabelece que alunos com deficiência auditiva tenham o direito a uma educação bilíngue nas classes regulares. Isso significa que eles precisam aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como primeira língua e a Língua Portuguesa em sua modalidade escrita como segunda língua. Por isso, a Língua Brasileira de Sinais deve ser adquirida pelas crianças surdas o mais cedo possível - o que, em geral, acontece na escola - preferencialmente na interlocução com outros surdos ou com usuários de Libras.
Entre 2006 e 2009, o Ministério da Educação (MEC) certificou pouco mais de 5 mil intérpretes pelo Prolibras - o Programa Nacional para Certificação de Proficiência no Uso e Ensino da Língua Brasileira de Sinais - e, embora mais de 7,6 mil cursos superiores de Pedagogia, Fonoaudiologia e Letras ofereçam a disciplina de Libras, ter o número de intérpretes necessário para atender a demanda das escolas ainda é uma realidade distante.
Para se ter uma ideia, na rede municipal de São Paulo há apenas 19 intérpretes cadastrados, para atender mais de 300 alunos. E os desafios não param por aí. Além de comunicar-se em Libras, esses profissionais precisam conhecer os conteúdos curriculares para explicá-los aos estudantes.
Pensando nisso, respondemos a cinco dúvidas comuns sobre os programas governamentais e a obtenção de materiais de apoio que vão ajudá-lo a incluir os alunos com deficiência auditiva nas turmas regulares.


5 perguntas e respostas sobre inclusão de alunos surdos
 

Respondemos a cinco dúvidas comuns sobre os programas governamentais e a oferta de materiais de apoio para incluir os alunos com deficiência auditiva nas turmas regulares

1 Toda escola deve ter um intérprete de Libras?
Qualquer escola que tiver alunos com deficiência auditiva nas classes regulares tem o direito a um intérprete de Libras. Caso você tenha apenas um aluno surdo matriculado, procure outras escolas da região e monte um pequeno grupo de estudantes que possam receber o atendimento de um profissional no contraturno. Isso facilita o trabalho das Secretarias de Educação, que cadastram intérpretes anualmente, mas ainda não conseguem atender à procura das instituições de ensino.
Outro profissional importante nesse processo é o instrutor surdo – um profissional com deficiência auditiva que atua na escola e ensina a língua de sinais para os alunos surdos e, eventualmente, para os ouvintes também.
2 Como esses intérpretes são formados?
Quase 700 cursos superiores em Pedagogia, mais de 50 cursos de Fonoaudiologia e cerca de 400 cursos de Letras oferecem disciplinas de Libras em suas grades curriculares. Mas, para ser um intérprete oficialmente cadastrado é preciso passar pelo programa nacional de certificação de intérpretes, o Prolibras, coordenado pelo MEC.
O Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) abre uma chamada pública para recrutar instituições públicas de ensino superior que possam aplicar o exame de proficiência em Libras aos interessados. Nos últimos anos, a instituição responsável é a Universidade de Santa Catarina. A partir de 2011, o Prolibras deve ser executado pelo Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).
A prova prática de proficiência engloba uma apresentação pessoal do candidato em Libras e outra apresentação a respeito de um tema determinado pela comissão de avaliação. O candidato também precisa mostrar como executaria um plano de aula entregue pelos avaliadores, detalhando as estratégias, a metodologia e os recursos didáticos empregados. Todos são avaliados sob dois aspectos principais: a fluência em Libras e a competência metodológica para que este intérprete também saiba ensinar a língua de sinais a outras pessoas.
Há, também, os cursos oferecidos por entidades do terceiro setor e os realizados à distância, que não são contabilizados pelo Censo Escolar.
3 Como os gestores devem proceder para ter um intérprete na escola?
O gestor que recebe uma matrícula de um aluno com deficiência auditiva deve imediatamente procurar a Secretaria de Educação do Estado ou do Município, fazer um cadastro e comunicar as necessidades específicas daquele aluno. Com base nisso, os governos podem planejar melhor a distribuição de recursos dentro da rede.
Vale lembrar que todos os estados possuem os Centros de Capacitação dos Profissionais de Educação e de Apoio às Pessoas com Surdez (CAS), vinculados às Secretarias Estaduais de Educação. Esses Centros são encarregados pela realização de cursos de formação na área e são financiados com recursos do MEC e das Secretarias.
4 O que fazer quando a escola não possui intérpretes?
O primeiro passo é entrar em contato com as Secretarias de Educação para solicitar um intérprete e verificar quais os cursos disponíveis para a formação dos professores. Caso a escola ainda não tenha uma sala de recursos multidisciplinar, também é possível fazer esta solicitação através do Programa Escola Acessível, do Ministério da Educação, pelos telefones (61) 2104 -9258 e (61) 2104-8651.
O MEC também disponibiliza materiais de apoio e recursos didáticos para as escolas, que podem ajudar os professores não-intérpretes a flexibilizar as atividades para melhor atender aos alunos com deficiência auditiva. Mas, vale lembrar que a presença do intérprete é fundamental para garantir o avanço desses estudantes. Uma sugestão é reunir alunos com deficiência auditiva de diferentes escolas de uma região em um mesmo espaço no contraturno, para que sejam assistidos por um intérprete e um instrutor surdo.
5 Como é possível conseguir os materiais de apoio ao Atendimento Educacional Especializado?
Os estados, por meio das Secretarias de Educação, apresentam à Secretaria de Educação Especial do MEC planos de trabalho com os cursos de formação que desejam oferecer aos profissionais que trabalham no AEE da rede, o número de vagas que podem ser ofertadas, assim como uma listagem dos materiais que desejam encaminhar para as escolas. Assim, o Ministério pode distribuir da forma mais adequada possível os recursos financeiros disponíveis e os materiais didáticos e pedagógicos em formatos acessíveis (Libras).
Também é possível obter recursos do Fundeb para financiar o AEE, mas a administração desse financiamento fica a cargo da rede de ensino. Livros didáticos, DVDs literários e dicionários trilíngues (Libras/Português/Inglês) são disponibilizados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), através dos Programas Nacionais do Livro e enviados automaticamente para as escolas públicas com alunos surdos matriculados.
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/5-perguntas-respostas-politicas-publicas-inclusao-surdos-613409.shtml

A falta que os intérpretes fazem na inclusão de alunos surdos

Devido à ausência deste profissional nas escolas, entidades do setor ainda defendem a Educação especial segregada até o fim do Ensino Fundamental


Em 2008, dos 64.150 alunos surdos recenseados pelo Ministério da Educação no Brasil, 54% estavam em classes regulares. Mas o primeiro levantamento que cruzará o número de intérpretes com as matrículas dos deficientes auditivos só deve ser feito este ano. Mesmo antes da divulgação dos resultados, especialistas e autoridades imaginam o que ele dirá: não há profissionais suficientes.
É por causa da carência que entidades do setor ainda defendem as escolas especiais segregadas até o fim do Ensino Fundamental. Em muitas unidades de ensino regulares, alunos surdos ainda estudam sem intérpretes, o que revolta integrantes da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis). "A inclusão não está funcionando", diz o diretor da entidade em São Paulo, Neivaldo Augusto Zovico. "Os professores estão despreparados e as secretarias de Educação não contratam intérpretes. Os alunos acabam frustrados por não entender nada e desistem", reclama.
A coordenadora do Programa de Acessibilidade da Derdic-PUC, Maria Inês Vieira, defende o mesmo ponto de vista. "Acredito em inclusão na sociedade, mas não na Educação Básica", diz. Ela explica que, para o aluno surdo, o português é uma segunda língua e deveria ser ensinado após a primeira, libras.
A diretora de Educação Especial da Secretaria de Educação Especial do MEC, Martinha Dutra, afirma que a inclusão total é uma questão de tempo. "Faltam profissionais porque tudo é muito novo. A própria regulamentação do intérprete no Ministério do Trabalho ainda está em curso, mas isso vai ser acelerado com a multiplicação do conhecimento de libras", argumenta.
Pela nova perspectiva de trabalho das autoridades, as instituições especializadas deixam de receber verbas por crianças atendidas de maneira segregada, em escolas especiais.
No novo modelo, essas entidades devem usar a experiência acumulada para ajudar a inclusão na rede pública, em contratos com estados e municípios, por exemplo. Outro fator que incentiva essa modernização é um decreto federal, assinado em 2008, que dobra o valor do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb) para alunos com deficiência inclusos na rede regular, se atendidos pelo contraturno público e estudando regularmente com intérprete, como manda a lei.
Quer saber mais?
CONTATOS
Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação, R. Dra. Neyde Apparecida Sollitto, 435, 04022-040, São Paulo, SP, tel. (11) 5908-8000
EE Nossa Senhora da Conceição, R. João Grumiché, 805, 88108-100, São José, SC, tel. (48) 3247-8195
EM Luiz Cândido da Luz, SC-403, km 3, 88070-220, Florianópolis, SC, tel. (48) 3269-6636
EM São Judas Tadeu, R. Pedro Portela, s/nº, 44255-000, Irará, BA, tel. (75) 3247-3827
Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, R. Santa Sofia, 139, 20590-140, Rio de Janeiro, RJ, tel. (21) 2567-4880
Instituto Nacional de Educação dos Surdos, R. das Laranjeiras, 232, 22240-001, Rio de Janeiro, RJ, tel. (21) 2285-7284
Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação, Esplanada dos Ministérios, bl. L, 6º andar, 70047-900, Brasília, DF, tel. 0800-616161

Recebi um aluno surdo. E agora?

Peça ajuda. Esse é o conselho da professora livre-docente Roseli Baumel, da Faculdade de Educação da USP. Confira quem pode apoiá-lo


Família
A participação da família ajuda em qualquer caso, mas, se o aluno é surdo, a conversa precisa ser mais constante e aprofundada. Descubra como é a comunicação em casa, desde a linguagem utilizada até o que mais chama a atenção da criança.
Entidades
Procure apoio em uma instituição que atenda os deficientes, como o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines), no Rio de Janeiro. Muitos oferecem aulas de libras e dicionários da língua e auxiliam na escolha de materiais para facilitar o aprendizado. Enquanto a escola não tem sala de apoio, algumas ONGs podem dar aulas de libras e reforço às crianças no contraturno.
Professores
Converse com outros docentes do aluno, de disciplinas diferentes ou anos anteriores. Procure repetir experiências de sucesso e pergunte também o que não funcionou para evitar os mesmos erros. Busque exemplos em outras unidades de ensino. "É preciso debater o ensino, fazer encontros e trocar informações", diz Roseli.
Governo
Os alunos têm direito a um intérprete, e a escola, a materiais apropriados e a uma sala multidisciplinar. O governo também deve oferecer cursos de libras para os professores. As aulas devem ser dadas em faculdades que fazem convênio com o Ministério da Educação. Além disso, unidades com mais de 100 alunos podem pedir recursos para a montagem de uma sala de apoio pelo Programa Escola Acessível. Informações podem ser obtidas pelo telefone (61) 2104 -9258/ 2104-8651.
http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/falta-interpretes-fazem-inclusao-alunos-surdos-602195.shtml

Falar com as mãos

Levar os surdos para a sala regular exige nova postura do professor, tato para lidar com o intérprete e, acredite, muitas explicações orais

O VALOR DA FALA NAS AULAS COM SURDOS

A professora de Geografia Marilda Dutra, de São José, na Grande Florianópolis, aprendeu rápido que o uso  do quadro-negro precisa ser revisto. Acostumados com a comunicação oral, os alunos com deficiência têm maiores dificuldade para ler. "Quando escrevo, é mais difícil perceber quem entendeu. Se explico,  vejo no rosto de todos (dos que escutam e não) se estão acompanhando. Desenho e gesticulo o quanto precisa.". Foto: Eduardo Lyra

A inclusão de crianças com deficiência auditiva sempre foi polêmica, mas recentemente ganhou um novo rumo em nosso país. De acordo com a política do governo federal, elas não devem mais ficar segregados nas escolas especiais e precisam estudar desde cedo em unidades comuns, com um intérprete que traduza todas as aulas para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e o contraturno preenchido por atividades específicas para surdos. Problema resolvido? Nem de longe. Enquanto entidades do setor ainda denunciam a falta de estrutura para a implementação das regras, os docentes já começam a receber parte dessa nova clientela e estão criando formas próprias de trabalho - muitas com sucesso.
Não é uma tarefa fácil nem existe uma fórmula conceitualmente correta para lidar com a situação. Cada caso é um caso. A professora de Geografia Marilda Dutra, da EE Nossa Senhora da Conceição, em São José, na Grande Florianópolis, por exemplo, aprendeu uma lição curiosa logo nos primeiros dias de trabalho. Para ensinar quem não ouve, ela tem de falar mais. A maior mudança foi deixar o giz em segundo plano. Cada tipo de relevo, clima e vegetação precisava de fotografias, desenhos, gravuras e muitos exemplos verbais. Em vez de simples mapas, o mundo passou a ser representado em bolas de isopor para facilitar a compreensão dos meridianos.
Maria Inês Vieira, coordenadora do Programa de Acessibilidade da Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Derdic-PUC), explica o motivo da necessidade de rever o uso do quadro-negro. "Mesmo que o surdo já saiba ler e escrever em português, ele demorará mais para entender orientações por escrito", diz. A especialista ensina que o ouvinte entende a sequência de palavras escritas porque tem uma cultura prévia oral. Já quem não ouve está sendo apresentado ao português como um todo e não conhece a organização da língua. "Os conjuntos de palavras podem não fazer sentido na maneira como ele aprendeu a pensar. É como traduzir apenas as palavras de um texto em alemão ou chinês. Não é o suficiente para a compreensão do todo", diz.
Em Florianópolis, a professora de Matemática Silvana Maria Soster teve outra reação no início do ano passado, quando foi informada pela direção da EM Luiz Cândido da Luz que uma de suas classes da 2ª fase do ciclo 2 (equivalente ao 5º ano, mas já com um docente por disciplina) teria quatro alunos surdos. "Tomei um susto. Nunca tinha passado por isso e pensei: será que posso?", conta. Para Roseli Baumel, educadora livre-docente especializada em Educação Especial da Universidade de São Paulo (USP), esse tipo de dúvida é natural. "Temos de ser honestos e admitir que não estamos prontos", orienta a especialista.

Recursos diferenciados para a turma heterogênea 

OBJETOS VARIADOS AJUDAM A ENSINAR  A professora Silvana Maria, de Florianópolis, levou um susto quando soube que receberia quatro alunos surdos. Hoje, ela não só ensina para os estudantes com deficiência como também aplica parte da metodologia diferenciada, enriquecida por materiais diversos, nas salas só com ouvintes. "As dificuldades dos outros meninos são iguais. Apenas achei mais uma forma de resolvê-las".  Foto: Eduardo Marques

Passado o receio inicial, Silvana percebeu com o tempo que quase tudo precisava ser adaptado: a postura, a maneira de falar, a avaliação e, principalmente, os materiais. "Uma pessoa que cresceu sem escutar aprende por observação. Ela precisa ver, montar e perceber os conceitos de forma concreta", diz Roseli. Foi assim, com aulas visuais e exemplos palpáveis, que conseguiu lecionar. Usou material emborrachado, quadrados, cubos, jogos, dados e desenhos. Ensinou adição com objetos que se agrupavam. Para a multiplicação, dividiu os próprios alunos da sala em quadrados desenhados no chão: três turmas de quatro igual a 12, cinco grupos de cinco crianças resultavam em 25. As frações foram entendidas com círculos desenhados na mesa em formato de pizza: com dois pedaços do total de oito, se faz um quarto. Até a probabilidade ficou mais fácil com uma boneca de papel e várias roupas para combinar.
No entanto, mesmo com materiais diferenciados e maior número de explicações orais, um cuidado essencial deve ser tomado para garantir um trabalho de sucesso. O educador precisa se policiar para não fazer duas versões da aula - uma para os alunos que escutam e outra para os deficientes auditivos. Como explica Ronice Muller, coordenadora do primeiro curso de licenciatura Letras-Libras do país, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a base da inclusão é a integração total entre os alunos. "A escola deve se tornar bilíngue. Os colegas têm de aprender Libras, afinal, no futuro, eles vão falar com os surdos inclusos na sociedade", afirma.
Para isso, professores da língua de sinais devem dar aulas aos ouvintes e incentivar trabalhos em grupo. Foi o que aconteceu em Irará, cidade de 25 mil habitantes a 128 quilômetros de Salvador. A EM São Judas Tadeu começou a receber surdos em 2005. Além dos professores, as turmas em que os deficientes auditivos são matriculados recebem noções de libras. "As crianças aprendem rápido e, em vez de ficar com preconceito, logo ajudam os professores a entender o que os colegas surdos dizem", explica o diretor da unidade, Márcio Jambeiro.

Conversas animadas, mas sem sons nem gritos 
LIBRAS TAMBÉM PARA QUEM ESCUTA  Na EM São Judas Tadeu, em Irará, a 128 quilômetros de Salvador, as aulas oferecidas pelos tradutores eram anunciadas nos corredores para que estudantes e docentes pudessem se organizar e participar. A adesão foi grande. "Vinham professores e alunos. Às vezes, também um porteiro ou o diretor", conta a intérprete Edma Oliveira dos Santos. Hoje, é comum ver alunos surdos e ouvintes conversando normalmente no pátio. Foto: Fernando Vivas
Os cursos de libras para ouvintes começaram explorando os horários livres dos intérpretes. As aulas dos tradutores eram anunciadas nos corredores e na sala dos professores para os interessados. Havia opções em vários dias e em horários diferentes. Assim, os estudantes ouvintes que aprendiam o básico começavam a prestar atenção nos movimentos do intérprete em sala, ouvindo ao fundo a voz do professor e decorando as palavras.
No fim das aulas, era comum ver estudantes tirando dúvidas sobre as lições. "Hoje, as crianças que estudam em salas com surdos se comunicam bem com eles. Mesmo no intervalo, você anda pelos corredores e vê todos conversando em libras fluentemente."
A fase adiantada em que se encontra a inclusão na cidade baiana mostra que boas iniciativas podem prosperar mesmo fora das grandes capitais. Muito desse sucesso se deve a 20 anos de dedicação de uma professora. Nos anos 1980, Edma Olivera dos Santos dava aula para o Ensino Fundamental em uma escola rural multisseriada, quando recebeu um aluno surdo. "Na época, a orientação era falar devagar e esperar que eles aprendessem a leitura labial. Percebi que não ia funcionar e comecei a sinalizar, eles sinalizaram de volta e assim foi", lembra.
Com o passar dos anos, ela aprendeu libras e começou a ser procurada por todos os pais de surdos de Irará. Quando o governo instituiu que os deficientes auditivos deveriam estudar em escolas regulares, ela se tornou intérprete de seus ex-alunos na EM São Judas Tadeu. "Tenho orgulho de dizer que eles estão entre os melhores em todas as turmas", afirma.
Mesmo com experiências pioneiras em desenvolvimento no Brasil, especialistas, autoridades e docentes reconhecem que ainda há dificuldades e falhas. Faltam experiência e, na maior parte do país, material adequado, salas de apoio e intérpretes. A maioria dos surdos só aprende Libras quando vai para escola e, até que se tornem fluentes no idioma, não entendem os intérpretes e podem perder o interesse. A recomendação de Edma a qualquer colega que receber um aluno surdo é que enfrente o desafio. "Para eles, a escola é ainda mais importante. Quando um deficiente auditivo aprende a escrever, vai ao médico sozinho e bota no papel: eu estou com dor de cabeça. O professor tem em mãos a grande chance de dar autonomia a uma pessoa."

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